1 de Junho, 2024

As Forças Criatividade e Bravura 

Não resisti a juntar estas duas forças de caráter, acredito que acabam por ter muito em comum, impulsionando-se mutuamente e complementando-se. Vejam se também vos faz sentido. 

A força de carácter Criatividade insere-se na virtude Sabedoria, é este gerar de ideias, de ultrapassar limites, de ser único e original de forma a contribuir positivamente. Esta força de carácter é o que caracteriza cada um de nós, nos confere individualidade e como tal a riqueza, é aí que o potencial de cada um tem possibilidade de florescer. Como nos diria Sir Ken Robinson “ Criatividade é colocar a nossa imaginação a trabalhar, e isso produz o resultado mais extraordinário na cultura humana”. 

As crianças são genuinamente criativas, para elas é natural usar ideias diferentes, criar brincadeiras, explorar fora do comum, tudo começa na imaginação, na possibilidade, elas não se colocam limites, deixam fluir, não há um julgamento, nem uma crítica constante, muito pelo contrário. É essa imaginação fértil que vai aguçar a curiosidade, leva-nos a querer descobrir mais e mais, numa tentativa de dar chão, de encontrar argumentos que sustentem essas ideias que surgiram, e assim haver uma seleção natural dos nossos sonhos, uns irão cair por terra e outros irão aguentar a provação. É como se a imaginação funcionasse como a ignição, o principio para depois a  curiosidade levar-nos a perceber o mundo, a escolhermos caminhos, a ter consciência das opções tomadas. E numa terceira fase entra em ação a criatividade, pensar de forma diferente mas já com o intuito de criar algo, conseguir colocar várias perspetivas no sentido de encontrar soluções, para que isso aconteça é importante que nos sintamos livres para pensar, para tentar, para errar, porque só pela tentativa e erro podem surgir coisas magníficas. As ideias só se tornam realidade e tem impacto positivo depois de muitas tentativas e aprendizagens. 

Já a Bravura insere-se na virtude Coragem, o ato de enfrentar algo para se defender o que se acredita. Normalmente associamos à bravura física, ao confronto, ao uso da força, vemos bravura nos atos de um bombeiro, de um polícia, mas há outra dimensões que também implicam este acreditar sem olhar para trás, quando defendemos uma causa, ideais pelos quais lutamos mesmo que não estejam de acordo com o que a maioria defende, ter uma voz ativa na sociedade é um ato de bravura, não me estou a referir àquele comentário supérfluo nas redes sociais, isso é o oposto, mas antes o defender, argumentar e lutar por algum ideal em que se acredita, é querer que haja mudança, ação, é a bravura moral. E também temos a bravura psicológica, talvez a mais difícil e a menos visível, que é quando enfrentamos os nossos medos, quando ousamos olhar para dentro de nós e sermos capazes de ver as nossas forças, os nossos limites, aceitamos as nossas vulnerabilidades, nos aceitamos como um todo para depois então querermos melhorar, ir mais além, esse abrir de horizontes pode ser doloroso, crescer nunca foi fácil mas é uma coisa magnifica quando nos permitimos. 

Se pensarmos que os medos, esses limites invisíveis, somos nós próprios que os colocamos, somo os primeiros a tornar os nossos horizontes mais pequenos, então talvez possamos fazer uso da nossa criatividade para os enfrentar, para retirar as amarras e usar de toda a nossa coragem para ir mais além. Deixar para trás o medo de errar, do que os outros vão pensar, a nossa crítica, a ruminação, tudo isso só existe no nosso pensamento, ou seja também podemos mudar o que queremos pensar e ajudar os nossos filhos a criarem os seus próprios pensamentos, permitindo-lhes que usem e abusem da sua imaginação, deixando que sejam eternos curiosos e incentivando essa sede por saber mais, que a bravura os leve a colocarem-se em ação para que a sua criatividade veja a luz do dia e ganhe asas. 

Depois desta breve reflexão, faz-vos sentido que criatividade e bravura estejam interligadas? Vejo como este encadeamento em que uma apoia a outra e alimentam-se gerando um ciclo positivo, permitindo quebrar limites, ver para além do que existe. Pois se uma me permite sonhar a outra leva-me a entrar em ação e a concretizar o que imaginei. 

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