6 de Fevereiro, 2023

O QUE ESTAMOS DISPOSTOS A MUDAR?

Fala-se muito da importância da mudança de hábitos, seja para sermos mais saudáveis, ativos, produtivos e tantas outras coisas, tudo em prol do nosso bem-estar e de sermos mais e melhor. Mas será bem assim?

A verdade é que tudo isso muitas das vezes acaba por ser sentido como mais uma pressão do “tem que!”. E, por conseguinte, mais uma frustração de que não fui capaz de que falhei novamente.

Na parentalidade não é diferente, o que não falta são dicas para sermos melhores pais, para mudarmos, sermos mais comunicativos, amigos, assertivos, com disciplina mas com afeto, divertidos, pragmáticos, autênticos, emotivos, com tempo de qualidade para os filhos, para os outros, para si, Ufa! Enfim tudo menos livres para sermos quem somos e fiéis ao que nos faz sentido. A verdade é que muitas das vezes nos sentimos tão assoberbados que acabamos por perder a direção e nos sentirmos perdidos.

E claro que é importante procurar ser melhor e tentar mudar aquilo que realmente não nos está a ser útil de forma a encontrar o que nos fará bem a nós e aos nossos filhos, eu sou a prova disso, mas que isso não represente mais uma luta, que não seja mais um ponto de algo a conquistar e sim um caminho que conscientemente queremos percorrer. Tendemos a correr atrás de tudo o que nos pareça uma ajuda num ato desesperado de que é desta que tudo se vai resolver e esquecemo-nos de parar e olhar para tudo o que já sabemos, que fomos aprendendo, que intuímos e acreditar no nosso potencial enquanto pais, enquanto pessoas capazes de cuidar de si e de outros seres.

Por isso convido-vos a esse momento de pausa para que possam reencontrar tudo o que já fizeram no percurso da vossa parentalidade, e que voltariam a fazer, de que se orgulham ou simplesmente sentem que foi o mais correto, e valorizem-se.

E só depois dessa tomada de consciência é possível identificar o que fizeram, o que usaram nesse caminho que resultou. Que forças e habilidades foram úteis, o que foi necessário da vossa parte para que isso acontecesse.

Agora sim, podemos olhar para o presente, e sem culpas, sem julgamentos (sim, é verdade, nós somos os nossos piores inimigos) decidir o que queremos mudar.
O que, sem influência da opinião dos outros, sem medo do que vão dizer, sem ir atrás de modas ou tendências que surgem nas redes sociais, o que realmente fará toda a diferença se eu alterar? Sem pretensões de querer mudar o mundo todo de uma vez, sem falsas ilusões de que tudo acontece de um momento para o outro. Apenas, e já é muito, o que realmente importa para nós enquanto família.

Mas a verdade é que não podemos querer começar por querer que os nossos filhos mudem se essa mudança não começar em nós, não só porque somos o modelo com quem eles aprendem mas também porque o sistema familiar está todo interligado, quando um se move todos os outros acompanham. Então a mudança de um reflete-se nos outros e isso vai desencadear reações diferentes logo vai iniciar o processo de mudança também nos outros.

Antes de exigir que os nossos filhos mudem os seus hábitos, é mais eficaz se pensarmos o que eu estou disposto a mudar para ter o que desejo.

Boas mudanças!

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