6 de Março, 2023

AUTOCRÍTICA, POSITIVO OU NEGATIVO?

Muito se fala nesta questão de uma pessoa saber se autoavaliar, criticar-se, dar a si próprio feedback, até nas escolas se tem fomentado isso, mas será que estamos preparados? Ou estamos a fazer da melhor forma?

Não sei se tem sentido isso, mas eu cada vez oiço mais pessoas a criticarem-se como sendo uma coisa normal, como se isso fosse esperado delas e por isso mesmo, estivessem no bom caminho.

O mais comum, infelizmente, é ouvir pais a dizer que só podem estar a fazer tudo mal, que nem vale a pena esforçarem-se porque também já não mudam, de qualquer forma não iria fazer diferença o seu empenho. Se por um lado temos esta autoflagelação de que somos os piores pais à face da terra, de que não sabemos nada, por outro lado há um desinvestimento e desacreditar total, porque faça eu o que fizer, não vale a pena, é um baixar dos braços que sinceramente me assusta, é um misto de sentimento de impotência com resignação. E vamo-nos sentindo presos neste ciclo negativo e deixamos andar.

Ainda pior que isto é que cada vez mais, assisto a este padrão em crianças e jovens. Não acreditam neles próprios, veem o esforço como uma perda de tempo sem sentido, talvez porque não há um impacto imediato, não tem logo aquele resultado fantástico, no entanto colocam-se metas impossíveis, como se só o excecional fosse aceite, colocam-se padrões elevadíssimos, o que os leva muitas das vezes a sentirem-se frustrados, algo que a maioria não sabe lidar, a sentirem tudo como sendo de uma dificuldade extrema e no limite a nem tentarem para não haver perigo de falhar, pois isso é algo insuportável de gerir.

Claro que tudo isto acaba por ser reflexo do contexto em que estamos inseridos, esta urgência e busca pelo prazer imediato, em que aparentemente tudo é fácil e instantâneo. A verdade é que no fundo estamos a desenvolver uma mentalidade fixa que só nos leva numa espiral negativa.

Acredito que é possível inverter este ciclo, através de um outro olhar, de experimentar um outro ponto de vista, em que podemos ver a autocrítica como uma forma de desenvolver o nosso potencial, uma análise realista dos pontos que podemos ajustar e melhorar. Lembrando sempre da importância de realçar os nossos pontos positivos, ter consciência, sem medos nem vergonhas do que fazemos bem, do nosso potencial e melhor ainda como o usamos de forma eficiente.

Perceber também que não há uma forma única de agir, não há um modelo para se ser Pai ou Filho, há a nossa, verdadeira, genuína, e que é importante valorizar o que nos torna únicos, esse acreditar nas infinitas possibilidades é o que nos permite ver para além do problema. É o que nos dá força para continuar no caminho mesmo com obstáculos.

Resgatar esta crítica positiva, consciente é o que nos levará enquanto pais, e aos nossos filhos para uma relação de crescimento, com todas as imperfeições que tornam a nossa família especial!

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